Entrevista D.C. Blackwell

A Literomancia foi convidada para um evento chamado FantasyCon, organizado pela Loremasters, na loja Nerdz, em Porto Alegre. Nesse evento, tivemos a oportunidade de ler e entrevistar o escritor D.C. Blackwell, autor do livro Sob a escuridão, publicado pela Cervus Editora. A história do livro se passa em Nova York e gira em torno dos casos sobrenaturais vividos por quatro personagens centrais: Daniel, Paul, Robert e Joynice. Entre lidar com a capacidade de ver espíritos, demônios internos (nesse caso, literalmente) e com ritualistas profanos, Blackwell traz o ocultismo para a era moderna. Na narrativa, há até mesmo um site em que é possível solicitar feitiços (praticamente o Uber da magia negra)!

 

Primeiro, gostaríamos que falasse um pouco de você. O que costuma fazer, quais são seus hobbies, do que se alimenta?

R: Olha, eu sou o típico nerd. Eu jogo videogames — atualmente, ando caçando monstros em The witcher 3. Também jogo Magic: the gathering e RPG de mesa. Inclusive, sou um clérigo da Luz (sim, justo eu) em uma campanha de Curse of Stradh, da Quinta Edição de Dungeons And Dragons. Escrevo resenhas e matérias de filmes e séries para o blog que a Gisele, minha namorada, e eu criamos juntos também. Além disso, leio muito, é claro. Estou começando It, do Stephen King, agora, logo depois de ter acabado O cão dos Baskervilles, que dispensa apresentações.

 

Como foi o processo de escrita do livro Sob a escuridão? Demorou até ficar pronto? Você fez alguma pesquisa específica?

R: Sob a escuridão foi escrito em um ano, mas a trama já vinha sendo preparada desde muitos anos antes. Originalmente, era uma campanha de RPG, mas no meio da campanha, eu percebi que havia uma determinada história que eu queria contar e que, para isso, eu precisava escrevê-la. As pesquisas mais importantes foram a respeito dos locais dos EUA que a trama percorre. Embora fictícios, todos tiveram embasamento real, e isso envolveu horas e mais horas de Google Street View. Inclusive, o prédio do FBI, mencionado na trama, é daquele jeito que eu descrevi mesmo.

 

Quanto tempo você demorou até conseguir publicar?

R: Talvez o leitor comum não saiba, mas nos últimos dois anos houve uma espécie de boom de microeditoras. Desde então, há dezenas de editoras criadas por gente como nós, gente que está lutando por um espaço no cenário cultural do Brasil. Mas enfim, a questão é que a publicação foi quase imediata, mas ela não aconteceu por minha causa. Até porque, na época, eu nem sabia da existência dessas editoras e achava que eu morreria sem conseguir ser aceito por uma. Quem praticamente pegou meu original e enviou à Cervus foi a Gisele, e por isso, entre muitas coisas mais, eu amo essa mulher!

 

Além da série Supernatural, que é comentada na orelha do livro, quais foram outras influências nessa obra?

R: Eu escrevi SAE sob forte influência audiovisual. Quem leu, deve ter percebido que, em alguns momentos, têm até trilha sonora embutida e descrições feitas no intento de produzir um “efeito de câmera”. Nessa parte da minha inspiração, entram obras como Penny Dreadful, Hellraiser e The secret circle — série que foi injustamente cancelada, para minha infelicidade. Em termos literários, minhas inspirações são Neil Gaiman, com Deuses americanos, Clive Barker, com Os livros de sangue, H.P. Lovecraft e Stephen King. Não cito obras desses últimos porque eu amo praticamente todas! E por último, porém, não menos importante, os RPGs World of darkness e Trevas. Sem esses, eu nunca teria sido capaz de colocar nada no papel.

Você tem algum personagem preferido no seu livro?

R: Pergunta difícil! Eu amo cada um dos personagens que meus amigos e eu criamos juntos. Mas se eu fosse obrigado a escolher um, a escolha óbvia seria o Anthony Blackmore. Prevejo o leitor dizendo: “Quê? É sério isso?”. Pois é. O personagem tem uma aparição bem curta, mas acredite quando digo: há grandes planos para ele…

 

Uma das personagens que mais nos chamou a atenção foi Dama Escarlate. Pode nos falar mais sobre ela?

R: Ah! A Dama… Ela é parte de algo que ainda vai ser apresentado mais apropriadamente: o submundo dos seres sobrenaturais. Ela é uma vampira muito poderosa e antiga. Em SAE, quanto maior o poder, maior sua fraqueza, e é por isso que ela usa a máscara e não deixa o corpo a mostra, mas vocês vão ter que ler o segundo livro para descobrir essa fraqueza! Spoiler: não é fogo. Digo, é também, mas não é dessa fraqueza que eu tô falando. Ela não foi feita para ser uma vilã, mas sim uma personagem cinzenta cujas vidas de certos personagens podem acabar dependendo eventualmente. Além disso, tem um histórico forte com a Joynice e com o Allan. Não fosse isso, talvez ela tivesse recebido o grupo mais… Calorosamente?

 

Quais dicas você daria para escritores iniciantes?

R: Leia e escreva muito. Coloque metas diárias e estabeleça horários para escrever. Eu literalmente me arrumo como se estivesse indo trabalhar quando vou escrever, porque, dessa forma, eu formalizo o meu compromisso com a escrita profissional. Sento, coloco minhas playlists e mando ver. Leia livros sobre teoria da literatura. Vai te ajudar a entender o que você está fazendo e por quê. Evite mostrar seus textos inacabados por aí, porque a chance de acabar ficando para baixo é alta. Afinal, um cozinheiro não serve a seu freguês comida crua! E mais importante ainda: JAMAIS desista! Escreva todo dia. Não importa como, não importa para quê, apenas escreva! Não ligue pro que os outros dizem. E ame o que faz. Porque é arte, e toda arte é a mais bela representação da alma.

 

Quais são seus planos e projetos futuros?

R: SAE ainda precisa de um final. Quando terminar, eu realmente gostaria de roteirizar uma HQ, se achar os meios para tal, além de continuar escrevendo histórias do sobrenatural. Mas quero começar a escrever sobre o Brasil, sabe… A fantasia no Brasil ainda está conquistando seu espaço, e eu quero fazer parte do time que está trabalhando duro nisso.

 

A Por onde podemos acompanhar seu trabalho?

R: Eu aceito todas as solicitações no meu perfil pessoal do Facebook e também tenho a página de autor:

 https://www.facebook.com/danilo.correa.9862

https://www.facebook.com/dcblackwell.writer/

Também tenho Instagram: https://www.instagram.com/d.c.blackwell.writer/

Para quem quiser adquirir a obra, sugiro contato direto comigo, porque eu tenho estoque para fazer a distribuição mais rapidamente que a editora.

 

Você gostaria de mandar alguma mensagem para os leitores?

R: Gostaria mesmo de agradecer pelo tempo e pelo carinho dedicado! Você, que leu até o fim, é o verdadeiro herói dessa história, que é a jornada árdua da literatura nacional em busca de um lugar ao sol. Espero que tenha gostado!

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